Reserva financeira consumida em apenas uma safra

Reserva financeira dos últimos 10 anos do agricultor gaúcho pode ser consumida em apenas uma safra

As incertezas que cercam a economia mundial e a escassez de determinados insumos têm afetado inúmeros setores. Com o agronegócio, influenciado também pelo clima, não é diferente. Este momento demanda que o produtor, cada vez mais, esteja atento à gestão da propriedade.

Recente estudo realizado pela Consultoria Agros indica que o acúmulo de resultado produzido pelo agricultor gaúcho nos últimos 10 anos pode ser consumido para financiar o caixa da próxima safra. Isso porque estamos vivendo uma das mais severas estiagens da história, com impacto de mais de 50% na receita estimada para a cultura de soja – o que significa redução superior a R$ 5.000,00/ha na renda da fazenda. Aliado a isso, constata-se um incremento de custo de R$ 2.000,00/ha para a safra 22/23, gerando um impacto de R$ 7.000,00/ha no caixa (redução de renda + incremento de custo).

Sob este ponto de vista, é necessário ter atenção a alguns elementos chave - conforme visto na segunda imagem do post.

As seguintes planilhas retratam duas situações para a Soja, uma com área própria e outra com 50% de arrendamento. Os valores considerados são por hectare produzido. Neste estudo, a Agros considerou as produções e preços médios dos clientes nos últimos 10 anos, calculando o Ebitda, após redução de alguns valores de investimentos, formando, assim, a geração de caixa média do produtor. Na situação com arrendamento, para a geração de caixa, já foram descontados os valores de arrendamento médios pagos.

A linha abaixo é a geração de caixa acumulada desde a safra 12/13, em reais. Nesses valores, foi calculado quanto representa em sacas de soja e a quantidade de sacas acumuladas. A variação de capital de giro indica quanto de capital a mais o produtor precisou para fazer a safra seguinte, em reais e a sua representação em sacas.

E, por fim, o estudo apresenta a geração de caixa livre para o produtor (lucro líquido), a diferença entre a geração de caixa e a variação do capital de giro, em sacas de soja. Essa seria a quantidade de sacas que “sobrou” para o produtor em cada ano e em sacas acumulada.

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