Dia 10/20/2021
Ao sair de uma safra com margens de lucro expressivas, como as registradas em 2020/21, e com perspectivas de bons resultados também para a safra 21/22, a tendência de muitos produtores é manter o pé no acelerador, ampliando áreas, os gastos familiares e, por vezes, também, as dívidas, devido a investimentos nem sempre bem planejados.
E aqui é que mora o perigo. Em mais de três décadas de atuação, o Grupo Agros já viu, interveio e, por fim, ajudou a recuperar dezenas de negócios e produtores que, sem olhar para os indicadores, acabaram tendo sérios problemas por ‘crescerem demais’.
Justamente por isso, atento ao presente – marcado pelo aumento constante dos custos da produção, a instabilidade da moeda e a entrada de um ano eleitoral – o que pode ocasionar que o custo comece a convergir para perto das receitas, encolhendo as margens, entendemos que é hora de prudência, aproveitando o resultado obtido para fazer reserva de caixa.
Nesta linha, já para a safra 2021/22 – e projetando com responsabilidade 2022/23 – é imperioso estar atento ao binômio liquidez (na casa de 1,5), e alavancagem, calculada pelo valor da dívida em relação ao Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização).
É preciso enxergar além dos R$ 160,00/sc, estando ciente de que não é só o lucro que conta, mas a perspectiva de futuro e a capacidade do negócio em arcar com os compromissos assumidos . A prudência é um trunfo importante para enfrentarmos períodos de incerteza.
Texto por: Lucas Broch, Gestor da Área de Consultoria do Grupo Agros